O problema da violência no transporte coletivo foi o tema de um debate que ocorreu no dia 27 de março, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN). O encontro foi promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sintro/RN), em parceria com a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB/RN) e a OAB. Na ocasião, representantes do Sindconfecções e das demais integrantes do movimento sindical e popular debateram a situação da violência no sistema de transportes de passageiros rodoviários do RN.
Para Geolipia Jacinto, do Fórum Estadual de Proteção ao Meio Ambiente de Trabalho (FEPMAT), “Há uma violência institucionalizada, a partir do momento que os órgãos públicos, que são administradores das verbas públicas, não priorizam direitos fundamentais e sociais da sociedade. Ela lembrou o estresse no dia-a-dia do trabalhador rodoviário, que além da violência do trânsito tem que transportar centenas de pessoas sob sua responsabilidade. Também questionou a dupla função a que os motoristas são submetidos. “A dupla função é a prova concreta da exploração do mundo capitalista sobre o ser humano. Quanto mais puder render pra empresa, melhor pra ela e pior para o trabalhador”, afirmou Geolipia. As consequências são os altos índices de trabalhadores adoecidos.
A representante da Federação dos Conselhos Comunitários, Cristina Santos, apontou as drogas como uma das causas da violência e criticou a superlotação das delegacias, que já não cabe mais ninguém. “Infelizmente fica muito difícil a gente achar um meio de combater essa crescente violência nos transportes”, disse.
Segundo o representante da comissão trabalhista da OAB, Victor Hugo, a situação do trabalhador rodoviário é difícil por que não tem a quem recorrer. “Essa reunião de ideias é importante para poder enfrentar os problemas e buscar soluções para eles”, afirmou.
“É necessário montarmos uma política de segurança de ordem sustentável que pelo menos amenize esses conflitos sofridos pelos trabalhadores rodoviários. Quando os usuários não são assaltados nas próprias conduções assim são quando descem nas paradas. A polícia tem praticado as atividades que lhe compete, no entanto, o aparelhamento estatal é muito precário. Enquanto não houver investimento na educação e segurança, continuaremos a padecer desse mal. Nos colocamos como mais uma força que poderá ajudar rumo a solução desse conflito. Clamamos por segurança”, declarou Renato Rodrigues, presidente da Comissão dos Advogados Trabalhistas da OAB.
A presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilma Batista, denunciou que o transporte urbano é uma das principais vítimas da violência e dos ataques criminosos contra a sociedade. Ela lembrou que aqui no Rio Grande do Norte foram queimados 11 ônibus no ano de 2011. “Hoje nós enfrentamos uma organização criminosa em nível de Brasil que continua sendo ignorada”. Ela denunciou que muitos colegas estão sendo mortos por causa disso e afirmou que é preciso tomar medidas práticas para combater o crime que vem se organizando cada vez mais.
O coronel Alarico Nunes, da Polícia Militar, apresentou dados estatísticos no combate à violência e explicou que o papel da PM tem uma carga muito grande junto aos diversos setores da sociedade.
Representantes da Defesa Social do Município, Gilderlan Alves, do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, Mário Soares, o comandante do Centro Integrado de Operação de Segurança Pública do Rio Grande do Norte (CIOSP-RN), major Macedo, e diversas lideranças sindicais também participaram do encontro na OAB.
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Violência no sistema de transporte coletivo
Written By Unknown on sexta-feira, 12 de abril de 2013 | 16:02
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