A direção do Sindconfecções/RN participou, no dia 2 de abril, no plenário Érico Hackradt na Câmara Municipal, de audiência pública para debater a desindustrialização de Natal e da Grande Natal. A reunião foi realizada pela Frente Parlamente em Defesa do Trabalho, presidida pelo propositor do encontro, o vereador George Câmara (PCdoB).
Ainda participaram da audiência pública representantes de entidades sindicais dos trabalhadores, tais como: o presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria – FTI, Joaquim Bezerra, o presidente da CTB/RN, Moacir Soares, e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Industria do Couro, Marcones Marinho. Também se fizeram presentes no encontro o Sindicato dos Trabalhadores das gestões municipal e estadual, da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados, Associação de Engenheiros da Petrobras, Sindicato dos Petroleiros, Ministério Público do Trabalho entre outros órgãos relacionados ao desenvolvimento industrial.
De acordo com a presidente do Sindconfecções/RN, Maria dos Navegantes, o reflexo danoso da desindustrialização no estado está no grande número de demissões de trabalhadores. Ao após ano os dados levantados pelo Sindicato mostram o aumento de rescisões nos contratos de trabalho.
Para Navegantes a falta de uma política industrial adequada faz com que as fábricas nacionais perderem competitividade para a China. Ela ainda afirmou que outro fator que provoca o fechamento das manufaturas é contrabando de mercadorias. “Os produtos ilegais além de não pagar impostos fomenta o desemprego dos trabalhadores”, disse a sindicalista.
O setor industrial foi, no ano passado, o campeão em demissões no RN. Os segmentos mais afetados são os têxtil e de confecções, que sempre foram tradicionais no estado e ainda empregam grande contingente de pessoas.
Segundo Aldemir Freire, do IBGE, somente nos últimos 16 meses foram demitidos cerca de 7 mil trabalhadores na área têxtil em Natal e Região Metropolitana. “Esse setor está sendo brutalmente afetado”, afirmou.
Coteminas de São Gonçalo - Um dos assuntos discutidos durante a reunião foi o fechamento da empresa Coteminas de São Gonçalo do Amarante que ocasionou a demissão de 550 trabalhadores de sua unidade em São Gonçalo do Amarante. Segundo a fábrica, as dispensas serão motivadas pela desativação da área de fiação e tecelagem da unidade, cujo terreno dará lugar a um complexo imobiliário que deverá englobar um condomínio residencial para 12 mil pessoas, Shopping Center, Hotel com 720 apartamentos, Centro Comercial e de Convenções.
O diretor da FIERN e da Coteminas, João Lima, afirmou que não há intenção de fechar a unidade da Coteminas de São de Gonçalo. “Não estamos fechando a Coteminas de São Gonçalo, estamos readequando para uma nova atividade e para isso, estamos capacitando todos os nossos funcionários e vamos gera bem mais emprego e renda”, garantiu o diretor.
João Lima, que representou o presidente da FIERN, Amaro Sales, culpou a concorrência desleal, por parte dos países asiáticos, pela crise no setor manufatureiro brasileiro (ou indústria de transformação: têxteis, confecções, alimentos, móveis etc) e citou quatro pontos que estão contribuindo fortemente para a desindustrialização do país: câmbio, logística, energia e mão-de-obra.
Para o propositor da audiência, vereador George Câmara (PCdoB), a audiência atendeu as expectativas. “Não podemos fechar os olhos para o nosso Estado. As economias que se voltaram somente para o mercado externo estão em crise, enquanto as que olharam para o interno estão se fortalecendo. O Estado precisa deslanchar sua economia”, declarou.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Sindconfecções/RN
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Direção do Sindconfecções/RN participa de audiência na CMN sobre a desindustrialização
Written By Unknown on terça-feira, 10 de abril de 2012 | 08:24
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