“É consenso entre os
especialistas do mercado de trabalho que nos últimos anos a terceirização
alterou a estrutura da base de produção e de serviços no Brasil. A organização
da produção passou a ser pautada pelo modelo ‘flexível’ e ‘enxuto’, que cria
formas de empresas e tipos de contrato de trabalho muito diferentes daqueles
existentes na tradicional empresa fordista do século passado: contratos de
trabalho com jornada em tempo integral e garantias da CLT. Hoje se verifica o
rebaixamento geral das condições de trabalho. Trata-se de precarização dessas
condições: perda salarial e de direitos, aumento da intensidade do trabalho e
dos riscos à saúde; expansão das facções informais; além das dificuldades que
os sindicatos enfrentam para unificação das lutas comuns.
É nesse contexto, acrescido de outros fatores conjunturais,
econômicos e políticos, que a negociação coletiva dos Trabalhadores da
Confecção do Rio Grande do Norte, aconteceu em janeiro de 2015, data-base da
categoria. A negociação assegurou um piso salarial para os trabalhadores de R$
793,00, o que significou um reajuste de 8,78%. Quando descontado a inflação
medida pelo INPC-IBGE de 6,23%, o ganho real da categoria ficou estimado em
2,4%.”
Melquisedec Moreira
Supervisor Técnico do
DIEESE - Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos
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