Os trabalhadores da Guararapes, uma das maiores indústrias de confecção do país, reclamam do tratamento dado pela empresa. De acordo com o Sindicato dos Oficiais Alfaiates, Costureiras e Trabalhadores nas Industrias de Confecção de Roupas no Estado do Rio Grande do Norte (Sindconfecções/RN), que liberam o movimento, além de a empresa não cumprir com os benefícios que havia prometido, ainda está retirando algumas que já existiam.
A presidente do Sindicato, Maria dos Navegantes, pontuou alguns fatos que justificam a revolta dos trabalhadores. “Neste ano, nem a inflação do período foi repassado aos salários dos empregados, o reajuste extra prometido e não se realizou e o Plano de Cargos e Carreira também ficou só na conversa”. Além disso, também foram cortadas as cestas natalinas, que há mais de três anos eram doadas aos funcionários, e alguns artigos foram retirados da cesta básica.
Para piorar, segundo a presidente do Sindicato, a empresa tem se negado a instituir acordo com o Sindconfecções/RN para pagar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) aos seus 17 mil empregados. Apesar da insatisfação, os trabalhadores não pensam em fazer nenhum tipo de paralisação por enquanto. “Nós não podemos parar agora porque não estamos no período de campanha salarial, mas em maio do próximo ano, se a empresa não sinalizar de forma positiva qualquer uma das reivindicações, pretendemos parar pelo menos um turno”, afirmou.
Em contrapartida, segundo o Sindiconfecções, o grupo Guararapes/Riachuelo teve um excelente desempenho em 2010. De acordo com a presidente, a Empresa ampliou o lucro líquido em 23,1%, para R$ 63,7 milhões, no terceiro trimestre deste ano. Apenas a Riachuelo respondeu por uma receita líquida de R$ 519,7 milhões, 15% superior ao registrado há um ano. “Lamentável é a melhor palavra para descrever essa situação”, finalizou Maria.
Na Guararapes, a gerente de Recursos Humanos, Suzana Elita Rocha, garantiu que todas as reivindicações são improcedentes. Ela explicou que não haveria motivo para dar o reajuste salarial se a Guararapes já paga acima do piso estabelecido aos costureiros. Enquanto o valor mínimo legal para a categoria é de R$ 516, a Guararapes paga R$ 561. “O reajuste extra era dado por livre e espontânea vontade da empresa. Se ela não quis dar esse ano, não há o que fazer”, ressaltou. Ela utilizou a mesma justificativa para denuncia de que neste ano não havia sido dada a cesta básica natalina.
A gerente também questionou a reivindicação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). “A empresa não tem PLR. O que nós temos PE um prêmio de produção mensal, que será pago normalmente”, afirmou.
Fonte: Jornal de Hoje
0 comentários:
Postar um comentário