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Tragédia em Bangladesh é o despotismo do lucro

Written By Unknown on segunda-feira, 3 de junho de 2013 | 15:18

Motivos de sobra fazem do desmoronamento do Rana Plaza, edifício de oito andares que abrigava um complexo de fábricas têxteis em Bangladesh, uma das maiores tragédias industriais da história e um dos mais dramáticos e simbólicos atentados recentes contra o direito de trabalhadoras e trabalhadores. Passadas mais de duas semanas desde que a construção erguida nos arredores de Daca (Savar) ruiu, em 24 de abril, a aterradora marca de mil vítimas fatais confirmadas (muitas delas ainda não identificadas) já foi ultrapassada, conforme informações oficiais. Feriram-se mais de 2,5 mil pessoas, e há ainda quem estava trabalhando no local, em sua grande maioria mulheres, mas permanece “desaparecida“ – o que pode resultar na ampliação da soma de vidas subitamente interrompidas.

 Desta vez, por mais que se queira desviar o olhar para a miríade de falhas e negligências cometidas pelas partes envolvidas, o horror está profundamente associado à busca incessante e desenfreada por lucro, motor central do sistema capitalista. É ampla a cadeia alimentada por vantagens político-econômicas: das poderosas grifes internacionais do mundo da moda – que vêm sendo cobradas publicamente por serem as grandes beneficiárias do esquema em curso – aos “empreendedores” e políticos de Bangladesh, das auditorias contratadas e dos sistemas intersetoriais de monitoramento de cadeias produtivas aos consumidores finais.

 Protestos - Em atos públicos e por meio de greves, multidões exigem indenizações e reparações, cobram a punição dos responsáveis e sublinham a urgência do pagamento de salários mais justos (que o salário mínimo praticado, o qual mereceu censura e classificação de “trabalho escravo” por parte do papa Francisco, novo expoente maior da Igreja Católica) e da melhoria de condições de trabalho. O setor, que movimenta US$ 20 bilhões por ano, mantém cerca de 3,2 milhões de pessoas empregadas e responde por cerca de 80% das exportações do país. Atualmente, só a China exporta mais têxteis que Bangladesh.

 Redes e organizações que atuam pela defesa dos direitos de trabalhadoras e trabalhadores clamam para que corporações do setor assinem e adotem urgentemente o Acordo contra Incêndios e pela Segurança nas Construções em Bangladesh. Desenvolvido com a participação de entidades sindicais de dentro e fora do país, o acordo prevê inspeções independentes de unidades de produção acompanhadas por representantes dos trabalhadores, relatórios públicos e treinamentos, além de manutenções e reformas obrigatórias. Estabelece até normas relacionadas ao pagamento de preços adequados.

Com informações de Repórter Brasil.

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